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MANIFESTO FEMINISTA À CAMPANHA DO PROFESSOR JONATHAN MENDONÇA (PSOL 50.123)

ImagemApesar do discurso de igualdade entre os gêneros, as mulheres em nossa sociedade permanecem exploradas, subjulgadas e oprimidas. No machismo a mulher sempre tem um dono e sempre cuida do bem estar alheio, sempre está diminuída, sempre tem menos voz. São criadas para ser dóceis, submissas, cuidadoras – seja da casa, da família ou mesmo na sua inserção profissional. Esse é o papel reservado às mulheres na lógica machista.

Alega-se que a mulher já tomou o mercado de trabalho para si, mas esse crescimento do trabalho feminino vem ocorrendo, sobretudo, no setor de serviços, o que significa, em alguma medida, salários menores e condições mais precárias de trabalho. A mulher permanece ganhando menos quem o homem para exercer as mesmas funções (28% a menos). São as mulheres as primeiras a serem demitidas em períodos de recessão. Ao procurar emprego na cidade de Rio das Ostras as mulheres, especialmente as jovens e negras, deparam-se com a ausência de alternativas ou com trabalhos completamente precarizados.

A falta de equipamentos e serviços públicos, como as creches e as escolas em tempo integral aprisiona a mulher à esfera doméstica e torna ainda mais difícil sua subsistência e desenvolvimento. Em Rio das Ostras contamos apenas com quatro creches públicas que estão longe de atender a demanda do município. Como garantir trabalhar, estudar, como dar autonomia à vida da mulher se não há políticas para atender seus filhos? Continuar lendo

Futebol é jogo pra mulher também

Por Marcos Alvito
Prática do esporte mais popular do planeta por mulheres é catalisadora de mudanças, mas ainda alvo de preconceitos

Ela disse que estava tímida e que só iria assistir. Ao chegar lá, não resistiu e ficou me puxando pela camisa para nos aproximarmos do grupo. Logo se soltou e correu em direção à bola. Era a primeira vez que Kay Alvito, 5 anos, realmente jogava futebol. Já havia outra menina na escolinha de futebol de praia, boa de bola aliás. Por enquanto Kay só chuta com a pontinha do pé, mas já aprendeu o mais importante: futebol também é coisa pra mulher, sim.

Normalmente o futebol funciona como uma máquina de enquadramento ao mundo capitalista e suas divisões. Uma espécie de fábrica de caretas. Seria coisa pra homem e não pra mulheres, vistas como fracas e inábeis para o “rude esporte bretão”. Os xingamentos preferidos das torcidas implicam em sodomizar os adversários. Não há esporte em que “sair do armário” seja um tabu maior. Os estádios estão divididos hierarquicamente segundo o poder de compra de cada um. Os dirigentes são ricos e brancos, a maioria dos meninos que tentam o sonho de ser jogador de futebol são negros e pobres. As camisas viraram painéis publicitários e a mesma coisa os estádios. Os ícones do futebol mundial põem lenha na fogueira do consumo além de simbolizarem a juventude, a vitalidade e o sucesso. Continuar lendo

Senta igual uma mocinha

Por Anna de Castro

“Você precisar ser mocinha! Fecha as pernas! Não coloca isso aí! Precisa se arrumar mais! Quem vai querer uma namorada assim? Tá igual seu irmão! Precisa se valorizar. Precisa esperar o homem ideal! Precisa esperar o momento ideal! Os homens fazem sexo as mulheres fazem amor. Passado de mulher e cozinha de restaurante… Vai ficar rodada (falada). Tá agindo igual uma piranha. Mulher é de um homem só. Boceta é um negócio feio! É natural de a mulher querer menos sexo. A mulher prefere fazer amor. O homem da minha vida. Não sou suas negas! Não sou dessas! Tá achando que sou alguma piranha?”

Tanta coisa a gente ouve tanta coisa a gente diz…

Para início de conversa, esse texto não é intencionalmente feminista e não vai ter linha teórica e palavras complicadas. É escrito de uma mulher qualquer para outras mulheres “qualqueres”. É só um desabafo para o que esses olhos observam e esse coração se inquieta e ofende através do ouvido. O texto é isso uma questão de sentido sobre como nós, mulheres e homens, somos oprimidos sexualmente das formas mais bem intencionadas e singelas. Continuar lendo