Apesar do discurso de igualdade entre os gêneros, as mulheres em nossa sociedade permanecem exploradas, subjulgadas e oprimidas. No machismo a mulher sempre tem um dono e sempre cuida do bem estar alheio, sempre está diminuída, sempre tem menos voz. São criadas para ser dóceis, submissas, cuidadoras – seja da casa, da família ou mesmo na sua inserção profissional. Esse é o papel reservado às mulheres na lógica machista.
Alega-se que a mulher já tomou o mercado de trabalho para si, mas esse crescimento do trabalho feminino vem ocorrendo, sobretudo, no setor de serviços, o que significa, em alguma medida, salários menores e condições mais precárias de trabalho. A mulher permanece ganhando menos quem o homem para exercer as mesmas funções (28% a menos). São as mulheres as primeiras a serem demitidas em períodos de recessão. Ao procurar emprego na cidade de Rio das Ostras as mulheres, especialmente as jovens e negras, deparam-se com a ausência de alternativas ou com trabalhos completamente precarizados.
A falta de equipamentos e serviços públicos, como as creches e as escolas em tempo integral aprisiona a mulher à esfera doméstica e torna ainda mais difícil sua subsistência e desenvolvimento. Em Rio das Ostras contamos apenas com quatro creches públicas que estão longe de atender a demanda do município. Como garantir trabalhar, estudar, como dar autonomia à vida da mulher se não há políticas para atender seus filhos? Continuar lendo